Demência Frontotemporal

A demência frontotemporal (DFT) é um termo genérico para um grupo de doenças cerebrais que afetam principalmente os lobos frontal e temporal do cérebro. Essas áreas do cérebro estão associadas à personalidade, comportamento e linguagem.

Na demência frontotemporal, partes desses lobos encolhem, o que é conhecido como atrofia. Os sintomas dependem de qual parte do cérebro é afetada. Algumas pessoas com demência frontotemporal apresentam mudanças em suas personalidades. Elas se tornam socialmente inadequadas e podem ser impulsivas ou emocionalmente indiferentes. Outras perdem a capacidade de usar a linguagem corretamente.

A demência frontotemporal pode ser erroneamente diagnosticada como um transtorno de saúde mental ou como doença de Alzheimer. Mas a DFT tende a ocorrer em idade mais jovem do que a doença de Alzheimer. Ela geralmente começa entre 40 e 65 anos, embora possa ocorrer mais tarde na vida também. A DFT é a causa da demência em cerca de 10% a 20% dos casos.

Os sintomas da demência frontotemporal variam de pessoa para pessoa. Os sintomas pioram com o tempo, geralmente ao longo de anos. Pessoas com demência frontotemporal tendem a apresentar grupos de tipos de sintomas que ocorrem juntos. Elas também podem apresentar mais de um grupo de tipos de sintomas. Os sintomas mais comuns da demência frontotemporal envolvem mudanças extremas de comportamento e personalidade. Estes incluem: Comportamento social cada vez mais inadequado. Perda de empatia e outras habilidades interpessoais. Por exemplo, não ser sensível aos sentimentos de outra pessoa. Falta de julgamento. Perda de inibição. Falta de interesse, também conhecida como apatia. A apatia pode ser confundida com depressão. Comportamentos compulsivos, como bater, bater palmas ou estalar os lábios repetidamente. Declínio na higiene pessoal. Mudanças nos hábitos alimentares. Pessoas com DFT geralmente comem demais ou preferem comer doces e carboidratos. Comer objetos. Desejo compulsivo de colocar coisas na boca. Alguns subtipos de demência frontotemporal levam a alterações na capacidade linguística ou perda de fala. Os subtipos incluem afasia progressiva primária, demência semântica e afasia agramática progressiva, também conhecida como afasia progressiva não fluente. Essas condições podem causar: Dificuldade crescente no uso e compreensão da linguagem escrita e falada. Pessoas com DFT podem não conseguir encontrar a palavra certa para usar na fala. Dificuldade em nomear coisas. Pessoas com DFT podem substituir uma palavra específica por uma palavra mais geral, como usar "isso" para caneta. Não saber mais o significado das palavras. Ter fala hesitante que pode soar telegráfica usando frases simples de duas palavras. Cometendo erros na construção de frases. Subtipos raros de demência frontotemporal causam movimentos semelhantes aos observados na doença de Parkinson ou na esclerose lateral amiotrófica (ELA). Os sintomas de movimento podem incluir: Tremor. Rigidez. Espasmos ou contrações musculares. Falta de coordenação. Dificuldade para engolir. Fraqueza muscular. Risos ou choro inapropriados. Quedas ou dificuldade para caminhar.

Na demência frontotemporal, os lobos frontal e temporal do cérebro encolhem e certas substâncias se acumulam no cérebro. A causa dessas mudanças geralmente é desconhecida.

Algumas alterações genéticas foram associadas à demência frontotemporal. Mas mais da metade das pessoas com DFT não têm histórico familiar de demência.

Pesquisadores confirmaram que algumas alterações genéticas da demência frontotemporal também são observadas na esclerose lateral amiotrófica (ELA). Mais pesquisas estão sendo feitas para entender a conexão entre as condições.

Seu risco de desenvolver demência frontotemporal é maior se você tem histórico familiar de demência. Não há outros fatores de risco conhecidos.

Não existe um único exame para a demência frontotemporal. Os profissionais de saúde consideram seus sintomas e excluem outras possíveis causas dos seus sintomas. A DFT pode ser difícil de diagnosticar precocemente porque os sintomas da demência frontotemporal frequentemente se sobrepõem aos de outras condições. Os profissionais de saúde podem solicitar os seguintes exames. Exames de sangue Para ajudar a descartar outras condições, como doença hepática ou renal, você pode precisar de exames de sangue. Estudo do sono Alguns sintomas da apneia obstrutiva do sono podem ser semelhantes aos da demência frontotemporal. Esses sintomas podem incluir alterações na memória, no pensamento e no comportamento. Você pode precisar de um estudo do sono se apresentar roncos altos e pausas na respiração enquanto dorme. Um estudo do sono pode ajudar a descartar a apneia obstrutiva do sono como causa dos seus sintomas. Testes neuropsicológicos Os profissionais de saúde podem testar suas habilidades de raciocínio e memória. Esse tipo de teste é especialmente útil para saber que tipo de demência você pode ter em um estágio inicial. Também pode ajudar a distinguir a DFT de outras causas de demência. Imagens cerebrais Imagens do cérebro podem revelar condições visíveis que podem estar causando sintomas. Essas podem incluir coágulos, sangramento ou tumores. Ressonância magnética (RM). Um aparelho de RM usa ondas de rádio e um campo magnético forte para produzir imagens detalhadas do cérebro. Uma RM pode mostrar alterações na forma ou no tamanho dos lobos frontal ou temporal. Tomografia por emissão de pósitrons com fluorodeoxiglicose (FDG-PET). Este exame usa um traçador radioativo de baixo nível que é injetado no sangue. O traçador pode ajudar a mostrar áreas do cérebro onde os nutrientes são metabolizados de forma deficiente. Áreas de baixo metabolismo podem mostrar onde ocorreram alterações no cérebro e podem ajudar os médicos a diagnosticar o tipo de demência. Há esperança de que o diagnóstico da demência frontotemporal possa se tornar mais fácil no futuro. Os pesquisadores estão estudando possíveis biomarcadores da DFT. Biomarcadores são substâncias que podem ser medidas para ajudar a diagnosticar uma doença. Atendimento na Mayo Clinic Nossa equipe atenciosa de especialistas da Mayo Clinic pode ajudá-lo com suas preocupações de saúde relacionadas à demência frontotemporal Comece aqui Mais informações Atendimento para demência frontotemporal na Mayo Clinic Tomografia computadorizada Ressonância magnética Tomografia por emissão de pósitrons Tomografia por emissão de fóton único Mostrar mais informações relacionadas

Atualmente, não existe cura ou tratamento para a demência frontotemporal, embora a pesquisa de tratamentos esteja em andamento. Medicamentos usados para tratar ou retardar a doença de Alzheimer não parecem ser úteis para pessoas com demência frontotemporal. Alguns medicamentos para Alzheimer podem piorar os sintomas da DFT. Mas certos medicamentos e terapia de fala podem ajudar a controlar seus sintomas. Medicações Esses medicamentos podem ajudar a controlar os sintomas comportamentais da demência frontotemporal. Antidepressivos. Alguns tipos de antidepressivos, como a trazodona, podem reduzir os sintomas comportamentais. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs) também são eficazes para algumas pessoas. Eles incluem citalopram (Celexa), escitalopram (Lexapro), paroxetina (Paxil, Brisdelle) ou sertralina (Zoloft). Antipsicóticos. Medicamentos antipsicóticos, como olanzapina (Zyprexa) ou quetiapina (Seroquel), são às vezes usados para tratar sintomas comportamentais da DFT. Mas esses medicamentos devem ser usados com cautela em pessoas com demência. Eles podem ter efeitos colaterais graves, incluindo um aumento do risco de morte. Terapia Pessoas com demência frontotemporal que têm problemas com a linguagem podem se beneficiar da terapia de fala. A terapia de fala ensina as pessoas a usar recursos de comunicação. Agende uma consulta

Se você recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal, receber apoio, cuidados e compaixão de pessoas em quem confia pode ser inestimável. Por meio de seu profissional de saúde ou da internet, encontre um grupo de apoio para pessoas com demência frontotemporal. Um grupo de apoio pode fornecer informações adaptadas às suas necessidades. Também permite que você compartilhe suas experiências e sentimentos. Para cuidadores e parceiros de cuidados Cuidar de alguém com demência frontotemporal pode ser desafiador porque a DFT pode causar mudanças de personalidade extremas e sintomas comportamentais. Pode ser útil educar outras pessoas sobre os sintomas comportamentais e o que podem esperar ao passar tempo com sua pessoa querida. Os cuidadores e os cônjuges, parceiros ou outros parentes que cuidam de pessoas com demência, conhecidos como parceiros de cuidados, precisam de assistência. Eles podem encontrar ajuda de familiares, amigos e grupos de apoio. Ou podem usar cuidados de descanso fornecidos por centros de cuidados para adultos ou agências de cuidados domiciliares. É importante que os cuidadores e parceiros de cuidados cuidem de sua saúde, façam exercícios, sigam uma dieta saudável e controlem o estresse. Participar de hobbies fora de casa pode ajudar a aliviar um pouco do estresse. Quando uma pessoa com demência frontotemporal requer cuidados 24 horas por dia, a maioria das famílias recorre a asilos. Os planos feitos com antecedência tornarão essa transição mais fácil e podem permitir que a pessoa participe do processo de tomada de decisão.